Falta de emprego ou vontade de trabalhar?

No ano passado falamos sobre “A FALTA DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA” e também sobre ‘O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A MÃO DE OBRA NO BRASIL”. Em ambos momentos sentíamos a dificuldade de recrutar e selecionar trabalhadores para os nossos clientes.

Porém, temos observado que a dificuldade para recrutar pessoas para atuarem na área operacional tem crescido assustadoramente e a área administrativa, que estava em ritmo normal, começou a dar sinais de desinteresse por parte de candidatos.

Em conversa com alguns profissionais da área de Recursos Humanos de empresas, a maioria afirma que está enfrentando os mesmos problemas, com dificuldades para encontrar candidatos dispostos a trabalhar, ainda que os salários e benefícios sejam compatíveis com o mercado.

É impressionante o número de pessoas que desistem de comparecer nas entrevistas e até mesmo após o processo de seleção concluído, declinam da oportunidade e apenas registram a desistência, sem explicação dos motivos. Observamos também que muitos que iniciam o trabalho, desistem facilmente da oportunidade e pedem demissão.

Estamos passando por uma situação estranha, visto que há oportunidades de emprego no mercado, mas pouco interesse por parte dos trabalhadores, e muitas vezes percebermos a desmotivação por parte dos candidatos para uma recolocação.

A dificuldade aumenta para as empresas que têm piso salarial próximo ao salário mínimo, pois o benefício do Bolsa Família, antigo Auxílio Brasil, que é repassado às famílias carentes no valor mínimo de R$ 600,00 e máximo de R$ 900,00, beneficia uma grande parte da população. Essa pode ser a causa de tanto desinteresse por uma oportunidade de emprego, levando uma grande quantidade de pessoas a se acomodarem e viverem com esse benefício ao invés de buscarem o crescimento, desenvolvendo novas habilidades e procurando melhorias das condições sociais.

Temos observado mudanças no mercado de trabalho por parte de alguns segmentos, onde a busca por pessoas com mais idade e experiência, tem crescido. Isso é muito bom, pois temos bons profissionais com idade acima dos 50 anos, disponíveis e com muita capacidade e conhecimento para colaborar e agregar valores aos empregadores. Será que isso está ocorrendo por falta de mão de obra? Espero que não.

O mercado está aberto e com várias oportunidades e cabe a cada um de nós, buscar nossa capacitação e desenvolvimento para alcançar o sucesso. Não podemos ficar na dependência dos outros.

Vamos tirar o comodismo de nossa vida, buscar motivação e empenho para aceitar um emprego digno, objetivando mudar a situação e alcançar sucesso em sua vida pessoal e profissional.

Por Roberto Martins