Reflexões de um executivo
Por Thiago Muniz
–
Minha equipe não reclama.
Passo por ele antes de chegar à minha sala e todos estão trabalhando.
Olhares fixos para papéis e computadores.
Não existem conflitos entre meus funcionários.
Vejo-os todos os dias com pouquíssimas conversas e nenhuma discussão que possa quebrar o clima silencioso.
Minha equipe não questiona muito e sai logo executando o que foi pedido. Por isso, vivo na mais plena tranquilidade. Não tenho dores de cabeça e o estresse é zero.
Minha equipe possui um grau elevadíssimo de seriedade. Quem vê pode pensar que são apáticos, mas com isso as brincadeiras não existem e o tempo é totalmente voltado ao trabalho. Sem interrupções.
Quase não preciso estar entre eles. A obediência reina com uma regra disciplinar.
Minha equipe não me olha muito. Eles não mostram qualquer reação com minha presença.
Talvez, uma ideia de alguém poderia oxigenar um pouco a atmosfera do escritório. Mas, ninguém ousou fazer isso.
Talvez por estarem muito focados na execução.
Acho que minha equipe tem como objetivo me agradar, pois a frase que mais ouço é “Sim, senhor!”.
Sou um chefe realizado, a única coisa que não entendo é como eles têm tanta energia para ficar na empresa todos os dias três horas, após o expediente adiantando o serviço.
[Seis meses depois, todos os funcionários daquele setor pedem demissão, abrem sua própria empresa e abocanham mais de 80% dos clientes. O executivo da história foi desligado da empresa devido à falência desta].
Um líder jamais se satisfaz com a “superfície” das pessoas. Jamais associa sucesso com ausência de atritos. Inovações dependem muitas vezes de um “não concordo” e há a necessidade da presença de uma liderança que leve de forma saudável as pessoas a questionarem e buscarem a atitude do não conformismo.
Criando uma relação em que a própria liderança coloque a “cara pra bater” permitindo que sua equipe mostre sua visão contestadora à suas ideias.
Enquanto a arcaica visão de chefia se preocupa em perder seu posto de autoridade, o líder quebra a visão de “hierarquia intocável” e se coloca com um integrante na mesma linha de importância que os demais, sem privilégios, sem protecionismo!
Isso cria uma relação de confiança e não de falso respeito como acontecia com o executivo da história.
A obediência acompanhada com o silêncio constante oferecendo nenhum tipo de “atrito” de ideias sustentado pela ausência de liderança, criou um cenário perigoso: calmo na superfície e revolto em seu interior.
Thiago Muniz
Palestrante, professor, consultor, ator, tendo já falado para mais de 350 mil pessoas, iniciando cedo sua carreira. Aos 22 anos de idade já viajava por todo o Brasil, sendo um dos primeiros a lançar no mercado, palestras teatrais. Com 20 anos de experiência como professor, já falou para empresas como: Vale, Unilever, Petrobras, Telefônica, Votorantim, USP, UFRJ, Gerdau, Sebrae e outros. Por sua facilidade em criar ferramentas para prender a atenção do público em palestras, já contracenou com sua própria imagem projetada, criou esquetes teatrais sendo contratado para atuar no palco juntamente com outros palestrantes como Tom Coelho, Rodrigo Cardo, Christian Barbosa e outros. Sua expertise em temas comportamentais (relacionamentos, motivação, liderança, inteligência emocional, atendimento, senso de equipe e outros) e mais suas habilidades cênicas e interatividade, têm o posicionado sempre a abrir ou encerrar eventos com seu toque de humor inteligente. Atualmente as palestras mais contratadas são “Apaixone-se por você”, “O Pensamento C.U.I.D.A.R”, “Universo Emocional”, “As Emoções não usam E.P.I.s?” e “Toque de Líder”.
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!